sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Menina da pele branca que possui olhos de fundo do mar,


Hoje, eu a tenho e a aceito do jeito que é. Tens a vida em suas mãos e aos poucos pega a vida de quem vive ao seu redor, inclusive a minha. É um amor bonito esse nosso, há quem diga que a amizade é o amor mais puro que existe porque não há fantasia. Bom, quem diz isso não te conhece.
Agradeço por todas nossas trocas, por me levar pro seu mundo do nunca. Somos incrivelmente felizes juntas porque vivemos na terra encantada. Seus olhos anunciam o nosso futuro, seus olhos enxergam um horizonte mais tranquilo, e é por isso que permanecemos vivas e ligadas.
Tenho medo que não caiba mais em mim nosso amor, é tão puro e bonito que tenho medo que ele se perca no tempo, porque afinal vamos enrijecendo. O que eu realmente quero e peço é que a gente não se perca, mesmo com todas as perdas e faltas, mesmos depois de algumas ausências ou choros solitários. Perderemos muitas coisas, mas nunca nossa essência, então eu lhe peço por favor que não deixe isso se perder.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

A pagão

Já era tarde e não havia mais luz no bairro nem em Gabriela. Andar por entre as ruas de São Paulo no frio da madrugada não era seguro, mas ela aquela noite ignorou tudo, inclusive sua própria existência.
Temia estar entrando em mais uma de suas crises, crises que se alternavam de compulsões a dores insuportavelmente reais. Questionava-se. Elaborou uma serie de perguntas as quais não sabia a resposta. Gabriela entrara em crise novamente.
Não se lembra como entrou em casa, muito menos como foi parar na cozinha segurando mais um copo gelado. O líquido descia quente por sua garganta e às 5 da madrugada Gabriela entrara em choque.
"Copo gelado, líquido quente. Copo gelado, mundo quente. Corpo gelado, mundo quente." e balbasiando essa frase deitou-se no chão da cozinha, não havia mais vida. Gabriela agora era apenas um copo gelado num chão quente.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Seus olhos são realmente meus agora?

Não há o que temer, mas sempre que te encontro meu coração gela e perco o chão por alguns segundos. Se minha insegurança não transparecesse nos olhos quando falo contigo, tudo seria mais fácil. É que não dá pra acreditar que todo meu esboço da felicidade foi passado a limpo.
Queria escrever mil coisas para que lendo você se sentisse dentro de mim, mas sei que quando escrevo dou voltas e voltas no mesmo lugar. Penso e repenso num jeito o qual consiga passar um fragmento de felicidade para esse papel, não acho maneira.

Posso falar da tua pele e tentar resumir em palavras o desejo que sinto quando a toco. Tentarei usar um exemplo que compare sua boca com qualquer coisa muito linda no céu, ou então tentar decifrar como seus dedos leves me levam pra outro lugar. Mas tudo isso seria inútil.
Posso tentar descrever como seus traços tornam-se angelicais quando sorri ou então como seus olhos ficam pequenos e lindos quando faz isso. Não consigo. Eu me perco por dentro tentando achar uma parte sua.

Você sabe que céu sempre chora quando você vai embora, e quando isso acontece desejo que esteja comigo para além dessas chuvas fortes. Desejo que sejamos fortes. Mas por agora a única coisa que temos é a liberdade em nossas mãos. Ou melhor, tenho tudo que é seu e tens tudo que é meu, mas não temos nada.
Tenho medo do cansaço, mas tenho seus lábios agora e é somente isso que importa. Não preciso de prazos, tenho seu cheiro em mim e isso já me basta. Basta acordar ouvindo sua voz sem previsões...


Dure o tempo que você gostar de mim.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

"Você não pode abraçar o mundo..."

Não há mais nenhuma história a ser contada, não há nada mais a ser escrito. Já não existe dor nem amor que me faça ter vontade de expor minha vida novamente. Fim de ciclos me deixam demasiadamente cansada, sinto que meus olhos estão mais triste do que nunca.
Não pertenço a ninguém e não tenho nada guardado em mim, nenhuma jóia delicada que respire.
Porém nesse momento, qualquer brilhante tende a ser minha jóia. Por isso trago pedras comigo, não só as mais brilhantes mas qualquer tipo de pedra. Coloco-as no meu bolso, e pesa... pesa...
Meu bolso sempre rasga, assim como meu coração faz semanalmente, não tem jeito e eu o concerto. Nunca fica inteiro ou perfeito, sempre torto e faltando um pedaço. É pesado.
No fundo eu sei que não há mais fundo, e de tanto querer ter eu acabo sem nada. No fundo, só me sobram as pedras cinzas e pesadas, no fundo... não sobra nada.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

"Você vive em um mundo próprio, em uma realidade alternativa."

Não foi o primeiro nem o último tapa na cara que recebi essa noite, mas talvez um dos mais doloridos. Cabeça de criança, olhos de menina num corpo de mulher, foi assim que ele me descreveu hoje, pediu desculpas caso a sinceridade dele soasse como uma música cafona sertaneja e rimos, rimos muito pois no fundo do riso havia um toque de desespero e solidão.
Reclamei a noite inteira, e ele não tirava os olhos de mim, por fim prometeu ser sincero e segurado nas minhas mãos ele disparou palavra por palavra como se fossem tiros, desaminei, caí em órbita e fiquei por alguns minutos ou talvez horas, só ele saberá dizer
ao certo. 
Eu não queria ouvir tudo aquilo mas eu precisava, segurei firme na cadeira enquanto tudo em volta girava, enfim, voltei pra mim. Pedi pra que parasse, ele insistiu que não mas suavemente foi deixando de me esmigalhar.
"Você foi tola, é uma tola e foi isso que aconteceu." Dessa forma ele tentou me convencer que todos minhas lagrimas se resumiam a   "não viver o mundo real". Eu sabia que essa era a verdade, e entendi o que ele tentou me explicar mesmo querendo não entender, mas aqui não há uma saída como no mundo de Alice. Ou eu vivo ou arranco meu coração. Ele nem ninguém vai entender isso sem antes descobrir que o brilho de cada estrela somos nós que inventamos.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Por que os amores, ou melhor, os falsos amores os quais denominamos de paixões não são mais passiveis? Tento observar a linha tênue entre paixão e auto-destruição, às vezes me escapa uma ou outra diferença mas em  resumo ambas não se fazem discretas, por fora talvez sim, mas por dentro agem como tempestades e quebram portas e janelas sempre.
Porém desejo não ser reconstruída novamente, pois toda mudança e remanejamento de móveis deixam algo se perder ou escarpar e nunca mais se recupera. Por isso, peço com todas minhas forças que esse falso amor não arranque minha alma, peço com os olhos, que seja passivo e paciente e tenho esperanças que  me  entenda.
Todo esse encantamento e todas essas palavras tendem a me derrubar, e sei que não durará pra sempre por isso meus pés se fixam no chão e me coração bambeia de um lado pro outro.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Ainda mastigando um pedaço de carne mal passada levantei da mesa aborrecida, vivia num cubículo cheio de animais quase  racionais, me aborrecia sempre, com tudo. A presença do mais velho me incomodava, sua mastigação era o som mais irritante que existia, e ecoava pela sala inteira. 
Não há mais amor, eu bem que tentei convencê-la  porém seus olhos se entristeciam e salgavam sempre. Desisti. Seus gritos finalmente cessaram mas sua dor não, ela acumulou-se no seus ombros frágeis e tortos. Alguém me disse que ela já nascerá torta, e predestinada ao erro, hei de discordar pois Nena nunca soube a verdade, escolheu ,talvez inconscientemente, mas escolheu o caminho da dor.
Essa mistura de ghost, deu a luz a solidão. Daí vem tanto aborrecimento, vivia sozinha, tinha amigos mas era só. Almejava amar, mas eu canso-me de tanto erros e desisto, era torta, ainda sou...
 Culpo meus pais e todo esse ambiente de aborrecimento. A dor está dentro de mim, dentro da carne que mastigo, eu a sinto porém continuo mastigando até desfarelar. Sou sólida, fiquei sólida, mas choro por horas pra ver se me desfaço. No fundo sei que se existe culpa pertence a mim, e cabe no meu bolso, e que isso é só mais solavanco na minha vida. Ela sabe, ele sabe, mas eu os culpo.Assim me pesa menos em mim. Sou torta, nasci da solidão, é justificável tanto egoismo.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Querido, talvez já seja tarde demais, mas há uma coisa que eu queria te falar e já faz algum tempo. Às vezes, ou melhor, quase sempre que falo contigo eu desejo secretamente porém de coração, que sua cabeça exploda em mil pedaços. É isso.