quinta-feira, 2 de agosto de 2012

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Me falta palavras e eu escrevo, me faltam colos e eu corro pr' aqui, me faltaram muitos gestos nessa tarde e eu simplesmente calei.Não há como não me doar quando escrevo, não há como não ter sempre um peso meu nessas frases. Mas hoje eu queria escrever algo que tivesse mais partes suas do que minhas, como se fosse um espécie de libertação, como se seu peso saísse enfim de mim.

És calmo e manso mas explode sempre pelo olhar. Ver tua íris verde-amor se enchendo vagorozamente de vermelho-paixão é tão assustador. Pior do que me afogar nesse teu mar vermelho, é ter como refúgio o nada; quando me desvias o olhar, quando teme, quando foges, quando tremo.
Braços e vidas imóveis. Aos poucos, eu ou as novidades foram te amolecendo, até virar líquido, se desfazendo e fugindo das minhas mãos. Ao comparar as nossas, tua mão se sai tão branca e sem vida a primeira vista, mas percorrendo essas linhas tortas e bem delineadas percebe-se que seu coração bate lá também. Aliás teu coração bate em tudo que é seu, tudo que é nosso, ele bate em mim.



 Percorrer seu lábios, seu rosto e seu olhos que sempre me recebem tão doces, me faz sentir doce também. Gosto de descobrir caminhos no teu corpo frágil e duro, de sentir o gosto da sua paz, de sentir seu ar. Gosto de me divertir nos seus pelôs, e de misturar os meus com os seus. Gosto de poder falar tudo isso e de calar quando envergonho.
Meu colo é teu, e quando me encolho em ti é porque te faço de esconderijo. Afundar no teu peito é meu segundo orgasmo, sentir teu cheiro de gasolina com barriga de filhote e canela, que pra mim sempre foi teu perfume, é o que realmente me impede de ir embora.
Adoro quando teus olhos se fazem pedintes e sinceros. Gosto da tua espontâneadade quando me toca, quando desvenda meu corpo. Tua curiosidade em relação ao mim e ao mundo foi o que de fato me fez cair apaixonada. Por isso que amo descobrir junto contigo, mesmo que de vez ou outra machuque.

 Sinto que hoje até mesmo declaração como essa, se torne facilmente mais um pedaço melancólico meu.

domingo, 15 de julho de 2012

" Agarrando os quatro travesseiros, chorando bem baixinho..."

O que acontece é que vez ou outra entre os intervalos de amor de desdém, eu me perco.
Sinto-me só quando estou com você, sinto-me só quando estou de fato sozinha, sinto-me só sempre. Não há mais alegria, me restaram apenas olhos marejados e um corpo mole, pronto pra ser largado.Porém não há em mim nenhum pingo de coragem para cessar essa dor. Você no entanto não teme o fim, e eu por fim, temo você.
Não há saída, fiquei sozinha no meu quarto bege e esses móveis não pararam de gritar. Eu e eles sempre soubemos que seria cansativo essa entregas explosivas, que uma hora ou outra isso tenderia a nos ferir. Eu e o criado mudo,pensativos, parados, calados e beges.
Tua presença não se faz vital, mas é quente e aconchegante. Não há poemas nem calor, não há cartas e nem esperas, só me resta uma melancolia doce que quando transborda me obriga escrever.Pensei que tudo isso seria apenas uma pedrinha, mas abriu-se um buraco no meu peito que aos poucos me engole, engolem minha cama, minha casa.
Então não nos resta mais as eternidades, você sumiu de mim como minhas canetas favoritas. Eu as amei, mas foram embora, eu te amo mas você se perdeu. E dói, me causa náuseas e eu sempre choro  quentinha e baixinho debaixo da coberta, mas eu não procuro nem você nem as canetas, nem ninguém.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Sou compulsiva, e muitas vezes me engoli em busca da minha própria saciação.



Morri diversas vezes nesses últimos meses, e penso estar perdendo o chão aos poucos, numa espécie de'' te tiro o chão, mas te dou um afago''. então eu fico.
Sentei numa calçada quente, e morri ali também. Talvez naquele dia tenha perdido minha última parte. As lágrimas corriam no meu rosto mas rápidas que as formiguinhas na parede, e ressalto que a aquela hora tudo me aborrecia.
Havia tanta saudade em minha fala, e tanta incoerência, que nem eu mesmo saberia explicar que formula eu estava pedindo. Queria mesmo uma formula, algo que nos tirasse daquele deserto. Algo que nos aquecesse mais não nos queimasse. Algo que talvez na cegueira da paixão estivéssemos experimentado sem dar valor.
Sinto-me uma devota, que até então nunca soube o sabor de um milagre. Uma devota que questiona mas teima em acreditar que há algo especial que a mantém viva. Talvez não tenha.
Coravámos e nos entristeciámos, mas aquilo não fazia sentindo. Não me sentia bem, sentia o estomago sendo espancado por dentro. Como se as mesmas borboletas que outrora se agitavam ao te ver, morressem uma a uma tentando sair de dentro de mim.
As borboletas acalmaram-se e nossos corações também. Mas sempre depois dessas agitações ficamos quebrados, e custa a conserta, dói. Essas tantas quedas, que por vezes se fazem silenciosas, me destroem, e acredito que a você também. É certo que ás vezes crescemos, mas pra que? Crescemos aonde?
Ainda um pouco cega, ainda um pouco bamba e esperançosa, vejo que insistir nessa nossa história dá-me o sabor da vida. E mesmo que por vezes este se torne amargo.

'' Sinto-me viva, mesmo experimentando a vida somente contigo. ''

sexta-feira, 30 de março de 2012

Os militares e suas roupas camufladas, suas botas pretas de couro amarradas acima do tornozelo. Militares e seus casacos pesados, palavras tortuosas e vidas sem sentindo. Marcham demais, vão em direção do horizonte, rumo ao sol ou em cima do meu coração. Nenhum deles se preocupam, ninguém tem  cautela. Ainda que meu envolotro pareça macio e gostoso de saciar as vontades dos pés, isso me apodrece. 
Aguento, aguento com a honra de quem sirva ao exército. Aguento com a ilusão de uma recompensa utópica, porque sei que mais fácil séria crer em algum deus que me desse rumo.
Ninguém recebe pelas culpas dos meus pecados, mas mesmo assim eu escuto. Sou punida, e não sou pura, desejo as vezes morrer para não enfrentar diálogos com meus militares.
Gente suja que se julga limpa, gente limpa que eu julgo suja. Com a boca cheia de sangue me falam de amor, assim balbucio palavras grudadas umas nas outras e ninguém compreende meu desespero. Matando uns aos outros mas fazendo palestras sobre pró vida, assim dou risada baixinho e de noite choro agarrada ao travesseiro ou no ombro do meu ópio.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Era tarde,e minha cabeça já estava pesada demais para meus ombros suportarem. O chão daquele lugar era irregular e sujo, hávia restos de cigarros e de alma humana. Meu cabelo estava cheirando a fumaça,e meus pés úmidos latejavam num sapato azul escuro.Mesmo no meio de tantas coisas turgidas eu conseguia enxergar clareza o seu olhar.
Meu coração ainda palpita quando lembro da sexta-feira mais longa da minha vida. Não há porém nenhum motivo para ter esses olhos marejados agora.
Sinto sua falta, e talvez o motivo seja esse. Talvez seja por isso que não consigo tirar seus olhos de guia da minha cabeça. Sinto falta dos afagos, de todos nossos pequenos contatos e da sua voz de conforto.
Minha mente volta para aquele lugar paralelo no tempo, e o tempo agora pede colo.

domingo, 11 de março de 2012

Lúcio,
Escrevo-te, lápis em punho, nesta madrugada. Não encontrei caneta? Talvez porque o escrito à lápis sempre possa ser apagado, mudado, (re)editado. Com a vida não tem disso. Ensaio e estreia. Somos meros rascunhos do que planejávamos ser. Personagens de nossos pequenos dramas pessoais. A gente lê tragédia grega e acaba vivendo dramalhão mexicano com requintes de patetismo.
Eu (sim, "lá vem ela com seus eus", imagino sua possível irritação aqui) sempre dei valor demasiado à ausência, porque ela é um lugar de destroços. Titubeio, tropeço numa pedra mal colocada e não há uma mão alí para me amparar. Criança que escondeu-se no armário e os pais não deram falta, durante uma festa. Alguém abre a porta do armário, pergunta por onde estive e me abraça. Faço de conta que foi assim, e dói menos. As melhores cenas da minha vida não aconteceram, mas deveriam.
Não te respondo com o mesmo lirismo, pois tem me faltado poesia no rodo cotidiano. Onde vende lirismo?
Espero-te. Juro com a minha falta de fé em quase tudo que nunca mais te espero. As esperas me fatigam. Respondo-te. Emudeço.
Naquele tempo em que tu e eu éramos "nós", me chamavas de bailarina astuta. Naquele tempo, esqueci de te dizer algo f-u-n-d-a-m-e-n-t-a-l: eu nunca aprendi a dançar tão devagar, pra te acompanhar. Ou talvez tenha dito, e não ouviste meu sussurro. Aparecias mesmo quando eu gritava histericamente, com seu ar professoral de quem viveu mais. Eu, sempre a criança mimada a engolir o choro. No entanto, não vinhas quando eu cantava, num segundo mais feliz.

(Vanessa Souza Moraes in: Cadernos de Luísa)

sexta-feira, 2 de março de 2012

Não interessa o que passamos, eu quero ir embora. Eu lhe disse, assim que entreguei o último bilhete "Não sou feita para aguentar" e assim fiz. Não suportarei nem mais uma pontada que tenha gosto do desgosto, se me doer eu vou embora.
Quero ficar, mas tenho as malas prontas e um orgulho que pesa mais que meu corpo. E minha matéria, do que mais ela pode ser feita? me construí naquilo que suportei. Não há mais motivos pra tampar rebocos.
Meu corpo se desfaz entrando em estado líquido, na minha cama é que sinto nossas dores.
Eu só preciso de um pouco de carinho e vou embora, uma mão na nunca ou um beijo na testa já me basta...

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

"Abrindo um antigo caderno
foi que descobri
antigamente eu era eterno"

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Luisa perdera o gosto por escrever em diários quando tinha 12 anos, após ser descoberta. Desde de então essa menina que agora usa cabelo curto e repicado escreve em seu corpo suas lembranças. Perdera a vontade de se esconder na terceira gaveta escura do armário. Luisa hoje pinta os olhos e mostra para todo mundo, ou melhor, para quase todo mundo suas pequenas dores diárias.

domingo, 5 de fevereiro de 2012


E as certezas começam a vir assim aos poucos, entre os desencontros e pequenas decepções. Porque afinal, eu havia de ter certeza que é seu sorriso que quero mesmo depois de um dia inteiro de trabalho, suor e dor de cabeça. Heis nossa pequena demência e vicio um do outro.
Eu poderia tentar me articular entre desculpas e pseudo-máscaras, só para que ninguém saiba que estou definitivamente entregue. Não fujo mais.
Caminhos como o seu tendem a me levar pro chão num simples jogo de frases. Mesmo assim eu me entrego, dou-lhe minha vida e alma.
Dessa vez, e somente dessa vez eu não quero mais ser uma flor de plástico.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Menina da pele branca que possui olhos de fundo do mar,


Hoje, eu a tenho e a aceito do jeito que é. Tens a vida em suas mãos e aos poucos pega a vida de quem vive ao seu redor, inclusive a minha. É um amor bonito esse nosso, há quem diga que a amizade é o amor mais puro que existe porque não há fantasia. Bom, quem diz isso não te conhece.
Agradeço por todas nossas trocas, por me levar pro seu mundo do nunca. Somos incrivelmente felizes juntas porque vivemos na terra encantada. Seus olhos anunciam o nosso futuro, seus olhos enxergam um horizonte mais tranquilo, e é por isso que permanecemos vivas e ligadas.
Tenho medo que não caiba mais em mim nosso amor, é tão puro e bonito que tenho medo que ele se perca no tempo, porque afinal vamos enrijecendo. O que eu realmente quero e peço é que a gente não se perca, mesmo com todas as perdas e faltas, mesmos depois de algumas ausências ou choros solitários. Perderemos muitas coisas, mas nunca nossa essência, então eu lhe peço por favor que não deixe isso se perder.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

A pagão

Já era tarde e não havia mais luz no bairro nem em Gabriela. Andar por entre as ruas de São Paulo no frio da madrugada não era seguro, mas ela aquela noite ignorou tudo, inclusive sua própria existência.
Temia estar entrando em mais uma de suas crises, crises que se alternavam de compulsões a dores insuportavelmente reais. Questionava-se. Elaborou uma serie de perguntas as quais não sabia a resposta. Gabriela entrara em crise novamente.
Não se lembra como entrou em casa, muito menos como foi parar na cozinha segurando mais um copo gelado. O líquido descia quente por sua garganta e às 5 da madrugada Gabriela entrara em choque.
"Copo gelado, líquido quente. Copo gelado, mundo quente. Corpo gelado, mundo quente." e balbasiando essa frase deitou-se no chão da cozinha, não havia mais vida. Gabriela agora era apenas um copo gelado num chão quente.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Seus olhos são realmente meus agora?

Não há o que temer, mas sempre que te encontro meu coração gela e perco o chão por alguns segundos. Se minha insegurança não transparecesse nos olhos quando falo contigo, tudo seria mais fácil. É que não dá pra acreditar que todo meu esboço da felicidade foi passado a limpo.
Queria escrever mil coisas para que lendo você se sentisse dentro de mim, mas sei que quando escrevo dou voltas e voltas no mesmo lugar. Penso e repenso num jeito o qual consiga passar um fragmento de felicidade para esse papel, não acho maneira.

Posso falar da tua pele e tentar resumir em palavras o desejo que sinto quando a toco. Tentarei usar um exemplo que compare sua boca com qualquer coisa muito linda no céu, ou então tentar decifrar como seus dedos leves me levam pra outro lugar. Mas tudo isso seria inútil.
Posso tentar descrever como seus traços tornam-se angelicais quando sorri ou então como seus olhos ficam pequenos e lindos quando faz isso. Não consigo. Eu me perco por dentro tentando achar uma parte sua.

Você sabe que céu sempre chora quando você vai embora, e quando isso acontece desejo que esteja comigo para além dessas chuvas fortes. Desejo que sejamos fortes. Mas por agora a única coisa que temos é a liberdade em nossas mãos. Ou melhor, tenho tudo que é seu e tens tudo que é meu, mas não temos nada.
Tenho medo do cansaço, mas tenho seus lábios agora e é somente isso que importa. Não preciso de prazos, tenho seu cheiro em mim e isso já me basta. Basta acordar ouvindo sua voz sem previsões...


Dure o tempo que você gostar de mim.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

"Você não pode abraçar o mundo..."

Não há mais nenhuma história a ser contada, não há nada mais a ser escrito. Já não existe dor nem amor que me faça ter vontade de expor minha vida novamente. Fim de ciclos me deixam demasiadamente cansada, sinto que meus olhos estão mais triste do que nunca.
Não pertenço a ninguém e não tenho nada guardado em mim, nenhuma jóia delicada que respire.
Porém nesse momento, qualquer brilhante tende a ser minha jóia. Por isso trago pedras comigo, não só as mais brilhantes mas qualquer tipo de pedra. Coloco-as no meu bolso, e pesa... pesa...
Meu bolso sempre rasga, assim como meu coração faz semanalmente, não tem jeito e eu o concerto. Nunca fica inteiro ou perfeito, sempre torto e faltando um pedaço. É pesado.
No fundo eu sei que não há mais fundo, e de tanto querer ter eu acabo sem nada. No fundo, só me sobram as pedras cinzas e pesadas, no fundo... não sobra nada.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

"Você vive em um mundo próprio, em uma realidade alternativa."

Não foi o primeiro nem o último tapa na cara que recebi essa noite, mas talvez um dos mais doloridos. Cabeça de criança, olhos de menina num corpo de mulher, foi assim que ele me descreveu hoje, pediu desculpas caso a sinceridade dele soasse como uma música cafona sertaneja e rimos, rimos muito pois no fundo do riso havia um toque de desespero e solidão.
Reclamei a noite inteira, e ele não tirava os olhos de mim, por fim prometeu ser sincero e segurado nas minhas mãos ele disparou palavra por palavra como se fossem tiros, desaminei, caí em órbita e fiquei por alguns minutos ou talvez horas, só ele saberá dizer
ao certo. 
Eu não queria ouvir tudo aquilo mas eu precisava, segurei firme na cadeira enquanto tudo em volta girava, enfim, voltei pra mim. Pedi pra que parasse, ele insistiu que não mas suavemente foi deixando de me esmigalhar.
"Você foi tola, é uma tola e foi isso que aconteceu." Dessa forma ele tentou me convencer que todos minhas lagrimas se resumiam a   "não viver o mundo real". Eu sabia que essa era a verdade, e entendi o que ele tentou me explicar mesmo querendo não entender, mas aqui não há uma saída como no mundo de Alice. Ou eu vivo ou arranco meu coração. Ele nem ninguém vai entender isso sem antes descobrir que o brilho de cada estrela somos nós que inventamos.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Por que os amores, ou melhor, os falsos amores os quais denominamos de paixões não são mais passiveis? Tento observar a linha tênue entre paixão e auto-destruição, às vezes me escapa uma ou outra diferença mas em  resumo ambas não se fazem discretas, por fora talvez sim, mas por dentro agem como tempestades e quebram portas e janelas sempre.
Porém desejo não ser reconstruída novamente, pois toda mudança e remanejamento de móveis deixam algo se perder ou escarpar e nunca mais se recupera. Por isso, peço com todas minhas forças que esse falso amor não arranque minha alma, peço com os olhos, que seja passivo e paciente e tenho esperanças que  me  entenda.
Todo esse encantamento e todas essas palavras tendem a me derrubar, e sei que não durará pra sempre por isso meus pés se fixam no chão e me coração bambeia de um lado pro outro.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Ainda mastigando um pedaço de carne mal passada levantei da mesa aborrecida, vivia num cubículo cheio de animais quase  racionais, me aborrecia sempre, com tudo. A presença do mais velho me incomodava, sua mastigação era o som mais irritante que existia, e ecoava pela sala inteira. 
Não há mais amor, eu bem que tentei convencê-la  porém seus olhos se entristeciam e salgavam sempre. Desisti. Seus gritos finalmente cessaram mas sua dor não, ela acumulou-se no seus ombros frágeis e tortos. Alguém me disse que ela já nascerá torta, e predestinada ao erro, hei de discordar pois Nena nunca soube a verdade, escolheu ,talvez inconscientemente, mas escolheu o caminho da dor.
Essa mistura de ghost, deu a luz a solidão. Daí vem tanto aborrecimento, vivia sozinha, tinha amigos mas era só. Almejava amar, mas eu canso-me de tanto erros e desisto, era torta, ainda sou...
 Culpo meus pais e todo esse ambiente de aborrecimento. A dor está dentro de mim, dentro da carne que mastigo, eu a sinto porém continuo mastigando até desfarelar. Sou sólida, fiquei sólida, mas choro por horas pra ver se me desfaço. No fundo sei que se existe culpa pertence a mim, e cabe no meu bolso, e que isso é só mais solavanco na minha vida. Ela sabe, ele sabe, mas eu os culpo.Assim me pesa menos em mim. Sou torta, nasci da solidão, é justificável tanto egoismo.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Querido, talvez já seja tarde demais, mas há uma coisa que eu queria te falar e já faz algum tempo. Às vezes, ou melhor, quase sempre que falo contigo eu desejo secretamente porém de coração, que sua cabeça exploda em mil pedaços. É isso.