sexta-feira, 30 de março de 2012

Os militares e suas roupas camufladas, suas botas pretas de couro amarradas acima do tornozelo. Militares e seus casacos pesados, palavras tortuosas e vidas sem sentindo. Marcham demais, vão em direção do horizonte, rumo ao sol ou em cima do meu coração. Nenhum deles se preocupam, ninguém tem  cautela. Ainda que meu envolotro pareça macio e gostoso de saciar as vontades dos pés, isso me apodrece. 
Aguento, aguento com a honra de quem sirva ao exército. Aguento com a ilusão de uma recompensa utópica, porque sei que mais fácil séria crer em algum deus que me desse rumo.
Ninguém recebe pelas culpas dos meus pecados, mas mesmo assim eu escuto. Sou punida, e não sou pura, desejo as vezes morrer para não enfrentar diálogos com meus militares.
Gente suja que se julga limpa, gente limpa que eu julgo suja. Com a boca cheia de sangue me falam de amor, assim balbucio palavras grudadas umas nas outras e ninguém compreende meu desespero. Matando uns aos outros mas fazendo palestras sobre pró vida, assim dou risada baixinho e de noite choro agarrada ao travesseiro ou no ombro do meu ópio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário