domingo, 17 de julho de 2011


Os seus olhos fundos,com cor de tristeza me arrancaram daquele lugar.
Eu que não tenho nada para oferecer a ninguém ,apenas uma alma pronta a ser preenchida deparei-me com uma alma tortuosa.



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Ele estava sentado, e seu olhar parecia prender meu espírito para longe dali, tinha cabelos longos e os pés estavam pretos. Não queria dinheiro, queria fugir.
Quis lhe estender a mão,quis leva-lo para mim. Aquele olhar me congelou e não consigo achar palavras para descrever o frio que me percorreu o corpo naquele momento. Nem eu nem ele sabemos ao certo quanto tempo passamos ali a admirar o olhos fundos um do outro mas sei que interromper aquilo arrancou parte do meu ser.
Como pode existir tantos mundo paralelos assim? por que ele não fazia parte do meu? Por que ele estava ali naquela calçada suja, com o corpo sujo e com a alma tão limpa?
Meus passos agora tortos tornaram a seguir o percurso, mas meu coração gritava desesperadamente querendo voltar, minhas mãos queriam tocar as mão sujas daquele rapaz ,meus braços queriam acolher aquele corpo magro, queria entrelaçar minha vida na dele e no seu silencio.
Tenho em mim a sensação de impotência por não poder fazer nada, por estar num mundo tão distante que não nos permita aproximação.Mas aquele momento foi diferente, conseguimos quebrar todos os valores impostos, que aproximação maior existe do que ler o outro pelo olhar?
O que mais ele esconde? qual o peso que a vida lhe deu? há tantos outros como ele pelas ruas de SP, ele ficará bem?

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