sábado, 9 de abril de 2011

Uma carta

Queria gritar, as vozes abafadas por uma bala. Queria chorar as dores dos pais vendo seus filhos frios,caídos no chão . Queria falar as palavras que arranham a minha garganta enquanto as engulo. Eu queria...


Futuros roubados a troco de nada , e a única coisa que consigo escutar é seu sorriso sádico e pedidos de ajuda. Não me bateram, não me roubaram, mas arrancaram de mim uma parte que não volta mais. Não ouço mais a risada daquela garota, não vejo a menina sentada na sala, não poderei brincar de desvendar o futuro, você arrancou isso de mim.


A cada batida do meu coração eu sinto que falta aquela esperança , que "a pesar de" tudo dará certo. A cada tiro disparado, o dobro doeu em mim.


O impuros tão puros, culpados por um crime que nunca existiu. Você partiu. Poderia ter deixado boas recordações , mas agora só existe um rastro de sangue. O pano branco não foi usado com você, foi jogado por cima de 11 crianças. Os puros banhados por sangue.



Você não matou 11 crianças. você matou milhões de pais, milhões de jovens; você me matou. O escuro que criou-se em você não foi a religião que causou, não foi o excesso, não foram as palavras duras, os gritos e humilhações. Foi a falta de esperança que aos poucos foi tirada de você.
Você conseguiu fazer o pior dos crimes, destruiu o que poderia nascer, desfez planos,tirou esperanças e esperas, você destruiu a incerteza, o futuro , as realizações , os sorrisos, você destruiu tudo com uma arma de mágoas, disparada contra o vários corações inclusive o meu.

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